CEO
Carlos Vaz, CONTI (Com Legendas Em Portugues)
Special | 28m 48sVideo has Closed Captions
Nossa entrevista com Carlos Vaz da Conti, com legendas em português disponíveis.
(Para legendas em português, clique / toque no menu de legendas ocultas na tela.) Nascido no Brasil, Carlos Vaz veio para os Estados Unidos para um estágio não remunerado em um escritório de advocacia de Boston, e acabou se mudando para Dallas, onde foi cofundador do CONTI. Agora, a empresa de investimento imobiliário possui e opera mais de 30 propriedades multifamiliares no Texas.
CEO is a local public television program presented by KERA
Sponsored by Executive Education at the Naveen Jindal School of Management UT Dallas, Texas Mutual Insurance, Sewell Automotive Companies and viewers like you.
CEO
Carlos Vaz, CONTI (Com Legendas Em Portugues)
Special | 28m 48sVideo has Closed Captions
(Para legendas em português, clique / toque no menu de legendas ocultas na tela.) Nascido no Brasil, Carlos Vaz veio para os Estados Unidos para um estágio não remunerado em um escritório de advocacia de Boston, e acabou se mudando para Dallas, onde foi cofundador do CONTI. Agora, a empresa de investimento imobiliário possui e opera mais de 30 propriedades multifamiliares no Texas.
How to Watch CEO
CEO is available to stream on pbs.org and the free PBS App, available on iPhone, Apple TV, Android TV, Android smartphones, Amazon Fire TV, Amazon Fire Tablet, Roku, Samsung Smart TV, and Vizio.
Providing Support for PBS.org
Learn Moreabout PBS online sponsorship"CEO" é feito com a colaboração de: Texas Mutual Insurance Company.
Uma seguradora de encargos trabalhistas que se preocupa com a saúde e a segurança, trabalhando em prol do Estado da Estrela Solitária.
Texas Mutual Insurance Company.
Comprometida a zelar pela segurança dos trabalhadores do Texas e fortalecer os negócios do Texas.
Saiba mais em texasmutual.com Sewell Automotive Companies.
Dedicada a tratar cada cliente como um parceiro de longa data em seus 10 endereços em Dallas, Fort Woth.
Mais em sewell.com.
Sewell, obcecada pelo trabalho desde 1911.
Barnes & Thornburg.
Um escritório de advocacia que atende a empresas que definem a rotina das nossas vidas.
Barnes & Thornburg, no coração dos negócios em Dallas, por todo o país e ao redor do mundo.
Acesse: btlaw.com.
E com o valioso apoio dos Membros da Kera.
Nossos agradecimentos.
♪ ♪ >> Carlos Vaz é cofundador e CEO da Conti, uma companhia de empreendimentos imobiliários que opera em mais de 30 imóveis residenciais multifamiliares no Texas.
Você acabou de comprar um imóvel em McKinney e outro em Arlington.
>> Isso.
>> O que te interessou nesses imóveis?
>> São exatamente o que nós compramos.
Para começar, o tamanho e a idade da construção.
Coisa dos anos 1980 ou vintage mais antigo.
>> Inquilinos país afora lutam para pagar o aluguel, e o medo de serem despejados aumenta conforme se aproxima o término da cobertura assistencial em primeiro de janeiro.
>> Muitas pessoas dizem "quero achar uma forma de pagar meu aluguel."
Algumas dizem "não consigo pagar meu aluguel."
Nosso trabalho é ouvir essas pessoas e como fazer as coisas darem certo.
>> Vaz quer aumentar o portfólio da Conti, mirando alguns mercados em expansão nos estados do Sul.
>> Se analisarmos os próximos 6 a 12 meses, acredito que iremos expandir para outros estados.
O importante não é a velocidade, mas a solidez do nosso crescimento.
♪ ♪ >> Carlos, é um prazer falar com você.
Você está em São Paulo.
Você cresceu no Brasil.
Pelo que sei, você está visitando a sua família e também irá se reunir com investidores para tratar de seus empreendimentos imobiliários, seus imóveis residenciais multifamiliares aqui em Dallas.
O que acha dos seus investidores?
O que eles pensam?
>> Acho que, no mundo todo, as pessoas estão um pouco preocupadas.
Acho que estamos lidando com algo que ninguém sabe quando a vida voltará ao que era, ou "se" vai voltar ao que era.
Por outro lado, acredito que o que está acontecendo agora é diferente do que ocorreu nos Estados Unidos.
Em muitos países, há uma visão pessimista.
Eles precisam achar uma forma de investir.
O Brasil não é uma exceção.
A América Latina não é uma exceção.
Se olhar para a Europa, não é uma exceção.
Então, as pessoas ainda estão dispostas a procurar alternativas.
>> E vocês ficam contentes por lhes darem essa alternativa, tenho certeza.
>> Sim, acho que as pessoas olham para nós e, primeiramente, sabem que compreendemos pelo que eles estão passando.
Vivemos em um lugar maravilhoso chamado "Texas."
Acho que a nossa economia é formidável.
>> Bem, vocês agora possuem 32 propriedades acho... Nove mil unidades.
Em algum momento eram 42.
Vocês devem ter vendido algumas.
>> Sim, nós vendemos cerca de 11 propriedades, portanto foi algo estratégico vendê-las e esse ano tem sido fora do comum para nós.
>> Bem, esse tem sido um ano fora do comum para todos, de todas as maneiras.
Pelo que entendo, seu alvo era a classe trabalhadora em geral.
>> Correto.
>> Com uma média de aluguel em torno de US$ 830 por mês, ao menos na região de Bachman Lake.
Isso é o valor que vocês cobram de aluguel, em geral?
>> Acho que pode se dizer que esse valor varia de US$ 800 até US$ 1.200, US$ 1.300.
>> As pessoas estão com dificuldade de pagar o aluguel?
>> Acho que algumas, sim.
Algumas pessoas estão assim como nossa economia.
Estão se recuperando.
Estão encontrando um emprego diferente.
Pode ser alguém que trabalhava em um restaurante e agora está... talvez esteja fazendo entregas para a Amazon.
E estão buscando uma forma de se recuperarem e conseguirem pagar o aluguel.
>> Mas vocês estão renegociando dívidas, o que parece ser a expressão do momento no mercado imobiliário hoje em dia.
>> Sim, acho que devemos analisar caso a caso.
Muitas pessoas dizem "quero encontrar uma forma de pagar meu aluguel."
Outras dizem "não consigo pagar meu aluguel."
E nosso trabalho é escutar essas pessoas e descobrir como podemos trabalhar em sintonia.
>> E vocês também se arriscam em todas as suas propriedades, certo?
Não é só o dinheiro dos seus investidores que está em risco, mas o de vocês também.
>> Sim.
Como digo ao meu sócio, Stewart, talvez nós sejamos os maiores investidores.
Sempre investimos nosso próprio dinheiro.
Nós sempre investimos junto dos nossos investidores.
Nós dizemos que nunca estamos à sua frente ou atrás de você, mas ao seu lado.
>> Os pais do Stewart, seu sócio, vieram aos Estados Unidos de Taiwan.
Você veio do Brasil.
Como vocês se conheceram?
>> A gente se conheceu em uma conferência sobre imóveis em outubro de 2007.
Nosso primeiro encontro foi engraçado porque ele disse "O Carlos é interessante, mas ele ainda não fez nada."
E acabei adquirindo sozinho minha primeira propriedade em dezembro de 2008, 208 unidades que quero concluir por volta de março de 2008.
Por volta de então, o Stewart me ligou dizendo "Carlos, como vão as coisas?"
Eu respondi "Uma maravilha, Stewart.
Estou concluindo minha primeira propriedade."
Então ele disse "Quantas unidades?"
Respondi "208."
Então, ele se surpreendeu.
Depois, de março até setembro de 2008, consegui comprar 1.400 unidades.
Daí, ele ficou muito, mas muito impressionado e a conversa foi para "Carlos, precisamos nos encontrar."
E começamos a passar mais tempo juntos.
Vimos que temos muita coisa em comum, mas maneiras diferentes de pensar.
E nossa parceria se iniciou em dezembro de 2008.
>> E agora vocês não querem mais do que 500 propriedades, nem menos que 150, não é mesmo?
>> Correto.
É preciso ficar atento a isso, sempre.
A economia de escala certa.
Mas às vezes você fica com muitas unidades e excede essa economia de escala.
Fica muito pesado, do ponto de vista da operabilidade.
>> E vocês possuem seus próprios gestores.
Vocês administram esses apartamentos por conta própria.
>> Sim, já faz quase sete anos que cuidamos de toda a administração.
É preciso ter controle total dessa jornada de investimentos.
>> Sua ideia foi comprar propriedades mais antigas, construídas nos anos 70 e 80.
Por quê?
>> Sim.
>> Por qual motivo?
Não há problemas de manutenção?
>> Acho que sim e não.
Você tem que fazer uma pesquisa antes de comprar alguma coisa, não é?
Você precisa saber se está comprando algo bem localizado, se a propriedade foi bem cuidada.
Se vai ficar com ela por 5 ou 10 anos.
Quanto dinheiro investe em propriedades assim?
Por outro lado, se suas compras estão bem localizadas e se tem uma renda de aluguel de US$ 2.000 ou mais, você tem um ativo valioso e que sempre terá uma demanda alta.
Por isso vou atrás das propriedades mais antigas; a demanda por eles é maior por que o aluguel é acessível.
>> Você precisa fazer uma reforma muito grande quando compra essas propriedades?
>> Atualmente, nem tanto.
Nós tínhamos que fazer grandes reformas até cinco anos atrás.
O que é muito importante para nós, até um pré-requisito, é que precisamos de uma habitabilidade de 90% ou superior para qualificação em um programa Fannie Mae.
Então, hoje em dia, nossa média em reformas fica em torno de US$ 6.500 e US$ 7.000 por unidade.
>> Acho que foi o Stewart quem falou "Cuidado com a localização.
Se a região estiver em transformação, tudo bem.
Você acompanha essa mudança.
Mas não chegue numa região achando que vai conseguir transformá-la."
Você concorda com isso?
>> Na verdade, quem disse isso fui eu.
>> Foi você?
Desculpe!
Dei o crédito a ele sem merecer.
Eu deveria ter falado com você.
>> Tudo bem, sem problemas.
>> Como vivo repetindo, sempre é possível transformar uma propriedade, mas não uma região.
Acho que para transformar uma vizinhança, seria preciso o setor público e o setor privado.
Eles precisam trabalhar em conjunto.
É algo desafiador.
Foi o que aprendi lá no início, em 2008, quando comprava propriedades sozinho.
Você compra uma propriedade e tenta fazer o melhor que pode, mas está em um bairro ruim.
As escolas e o comércio local não são bons e tentar fazer qualquer coisa é desafiador, assim como encontrar bons administradores para as propriedades, basicamente porque eles não querem ir para esses lugares com alta criminalidade e outros problemas.
Portanto, isso foi algo que aprendemos.
É melhor comprar uma propriedade com uma boa localização do que comprar uma excelente propriedade num local muito ruim.
>> Bem, você acabou de comprar uma propriedade em McKinney e outra em Arlington.
>> Correto.
>> As duas são "garden apartments."
>> Sim.
>> O que te fez se interessar por essas propriedades?
>> Acho que as duas são exatamente o que negociamos.
Em primeiro lugar, o tamanho e a idade da construção.
Estamos falando de algo dos anos 80 ou vintage mais antigo.
Acho que é um ativo de grande valor, também levando em conta o nosso crescimento e que tudo em Dallas está caminhando em direção ao Norte, Plano, Frisco e McKinney.
Então, nos encontramos no caminho do progresso, o que é muito importante para nós.
Quando observamos Arlington, vemos um mercado de trabalho pujante, com a American Airlines, os Arlington Cowboys e tudo mais.
Nós achamos o local muito atrativo, também por conta das escolas.
Então, em ambos os locais há escolas, lazer, comércio... tudo a vinte minutos de distância.
>> Você vai atrás de um varejista de peso, pelo que entendi, e quer ficar perto de um "âncora."
Mas um "âncora" não é mais uma loja de departamentos.
O que você considera um "âncora"?
>> O que importa em uma loja "âncora"... E aqui me refiro ao Walgreen e ao Walmart, que considero fantásticos... Uma CVS também é um varejista ótimo.
Uma grande Starbucks, com um drive-tru, é um comerciante de peso.
Também pode ser um supermercado, como a Kroger's para nós, ou algo como uma H.E.B.
Uma H.E.B é mais o estilo de Austin, mas mais centralizado.
São exemplos de comerciantes de peso que gostamos de ter por perto.
>> Vocês fizeram algo que foi considerado inesperado por alguns, quando entraram na região de Bachman Lake.
>> Sim.
>> É uma região que passou por uma degradação em várias formas, apesar das escolas, do mercado de trabalho e da estrutura da assistência de saúde.
E agora vocês detêm 40% do mercado imobiliário residencial de lá.
O que aconteceu?
>> Na nossa visão, a região de Bachman Lake é um grande mercado que tem passado por muitas transformações, a exemplo da expansão do aeroporto de Love Field, o qual vem crescendo bastante.
Temos o parque, Preston Hollow... uma região que vem diminuindo de tamanho apesar do mercado de trabalho em ebulição.
É uma região com predominância da cultura hispânica, com pessoas de bem.
Acho que é uma vizinhança muito receptiva.
Vai ser interessante se aprovarem a segunda entrada do aeroporto de Love Field.
É algo capaz de transformar o bairro, também.
Acho que é uma região segura, onde vivem pessoas de bem e que estão em busca de algo que caiba no orçamento.
>> Mas os índices de gravidez na adolescência são altos, além de elevados índices de assistência social infantil, na tentativa de atender às necessidades da região.
>> Sim.
>> Então, de certa forma, trata-se de uma região problemática.
>> Sim, isso.
Falando de gravidez infantil, dá para dizer que ela está diretamente relacionada com a escolaridade?
Acho que Bachman Lake tem ótimas associações, ótimas fundações, tentando fazer o melhor pelo local.
Uma das coisas que fizemos foi uma parceria com elas.
Como podemos ajudar?
Não vamos chegar na região e ficar sentados esperando as coisas melhorarem por lá sozinhas.
Acho que precisamos nos tornar um agente gerador de impacto social positivo e isso é o que temos feito na região de Bachman Lake, também.
Fazemos parcerias com algumas organizações para ajudar a fazer algo de melhor.
>> Vocês ajudaram bastante o Buckner Family Hope Center, não foi?
>> Sim.
>> Eles ajudam idosos e crianças.
>> Nós estamos financeiramente envolvidos com eles, ajudando-os a adquirirem suas próprias propriedades.
Queremos saber como melhor servir, caso necessitem de ajuda.
Além disso, acredito que temos uma espécie de responsabilidade social em sermos bons locadores.
>> Vocês também estão envolvidos com a Vogel Alcove, não estão?
É para crianças sem teto.
>> Sim.
Tenho uma relação especial com a Vogel Alcove.
Acho que eles fazem um belíssimo trabalho.
É difícil ir até lá às vezes, porque muitas das crianças que tive a oportunidade de ver poderiam ser meus filhos.
Olho para os rostos deles e consigo enxergar meu filho ou minha filha.
Se existe algo pelo que sou realmente apaixonado é a educação infantil.
Acho que quanto mais você estimula uma criança a ficar na escola e estudar, melhor se tornará a próxima geração.
A Vogel Alcove faz um lindo trabalho quando se trata de trabalhar com as crianças de Dallas, oferecendo um lugar para as crianças chamarem de lar das 7 da manhã, até às 3 ou 4 da tarde.
>> Acho que li em algum lugar que vocês também se interessam pela Academia Militar dos Estados Unidos em West Point.
É isso mesmo?
>> Sim.
Para quem não nasceu nos EUA, sempre digo que é o melhor país do mundo.
Não é perfeito, mas acho que é aquele que chega mais perto da perfeição.
Sinto que preciso retribuir ao país.
Um amigo me deu a oportunidade de conhecer West Point.
Passei dois dias lá.
Fiquei bastante impressionado com o que estão fazendo por lá.
E foi um prazer poder ajudar com o que fazem.
>> Você veio do Brasil.
Você cresceu lá.
Você era o mais novo dentre nove filhos, um entre seis meninos e trabalhou no açougue do seu pai e na fazenda da família.
Você cursou a faculdade de Direito.
>> Sim.
>> Era uma universidade federal e gratuita, mas os professores sempre estavam em greve.
E então você veio para os EUA.
Como foi essa experiência?
>> Bem, antes, sou o número oito dos nove, então não sou o caçula.
Então, o caçula era outro... >> Certo, o oitavo de nove.
Não é o caçula.
>> Oitavo de nove.
>> Certo.
>> Vir para os EUA foi um desafio.
Passei por muitas provações, porque cheguei aos EUA com US$ 300 no bolso, mas pagava US$ 350 de aluguel.
Questionei minhas decisões diversas vezes.
Acho que sobrevivi graças ao meu compromisso com a família, minha fé e no que Deus tem reservado para cada um de nós, além do desejo de fazer algo grandioso.
>> Você foi até Boston.
Você queria um estágio num escritório de advocacia e acabou encontrando.
Não era remunerado, e você encontrou alguns amigos brasileiros que te deram um lugar para morar, e havia outros amigos que diziam "Venha trabalhar na nossa empresa de construção civil."
E você aceitou.
Você comprou uma serra sabre e abriu seu próprio negócio trabalhando em canteiros de obra.
>> Sim.
Meu primeiro trabalho era das 2 da madrugada, até às 6 da manhã, carregando e descarregando caminhões, indo para o estágio não remunerado no escritório de advocacia, como você disse, das 8h às 15h, indo para a escola à noite e trabalhei na T.G.I.F nas sextas-feiras e durante os fins de semana.
Então, comecei a trabalhar na construção, fazendo trabalhos braçais e tudo mais... Mas acredito que tudo se trata de ir atrás de algo melhor.
>> Você tem ou teve outro amigo em Boston que disse "Venha trabalhar com hipotecas."
>> Isso.
>> E você aceitou.
Você tinha clientes para quem conseguia financiamento e depois ajudava a reformarem suas casas.
Que tipo de hipoteca você oferecia?
Eram hipotecas tradicionais com prazo de 30 anos pré-fixadas?
>> Não, é bem diferente.
Você está se referindo aos empréstimos "subprime."
>> Com certeza.
É aí mesmo que quero chegar.
>> Sim, você está se referindo... Naquela época, um amigo veio até mim e disse "Carlos, você conhece bastante gente?
Como tirar proveito disso?
Me avise se alguém quiser comprar uma casa.
Eu cuido do financiamento, e com certeza deve ter alguma reforma.
Você cuida da reforma."
Eu disse "Claro.
Você pode me ensinar?"
Ele disse "Eu te ensino."
Daí, eu aprendi a trabalhar com hipotecas.
Então, quando chegou a hora de eu começar a comprar as casas 100% financiadas, desde comprar uma casa de US$ 200 mil com 100% de financiamento, eu cuidava da reforma por conta própria com a minha equipe e depois vendia a casa.
Foi assim que comecei.
Então, por volta de 2005 e 2007, trabalhei com 32 casas na grande Boston, sete dias por semana, na época dos "subprime".
>> Você repassava as casas e isso dava certo para você.
Mas como você sabe, o momento era terrível para hipotecas.
Como você mesmo disse, as pessoas conseguiam hipotecas sem garantia alguma, com "taxas flexíveis", na expectativa de que os preços das casas só aumentariam, mas isso não aconteceu.
>> Não.
>> Um momento péssimo.
Quando você enxergou os problemas no horizonte em 2007 e passou essas casas para frente, como se antecipou a todos que não tiveram essa percepção dos problemas que estavam por vir?
>> O que aconteceu foi que, como um corretor de hipotecas, eu comprava as casas e percebia que alguns mutuantes estavam com muita dificuldade de conseguir o retorno dos empréstimos.
Isso ligou o primeiro alerta.
O segundo alerta: não havia dados de 2007 apontando que Boston estivesse efetivamente crescendo, mostrando a entrada de investimentos.
Esse era o outro alerta.
O terceiro: naquela época, meu negócio dependia totalmente de financiamentos de 100% para a compra e a reforma de uma casa.
Então, se o seu negócio depende totalmente de uma única coisa, você não tem um negócio de verdade, mas sim uma bomba-relógio.
Esse foi o terceiro ponto.
E o quarto é que absolutamente todas as pessoas que eu conhecia estavam tentando fazer exatamente a mesma coisa.
Você acertou.
Comprar uma casa, jogar uma tinta nas paredes e vendê-la.
Ah, e por último, se eu tivesse que segurar a casa, o aluguel não daria para cobrir minha hipoteca.
Portanto, não é um negócio, é uma bomba-relógio.
Isso me aconteceu por volta de 2007 e então eu disse "Não, estou louco.
Não posso comprar casas.
Preciso vender e sair.
Dar o fora."
Foi isso que aconteceu.
>> Foi então que você decidiu mudar os ares e escolheu Dallas.
Como foi isso?
>> Preciso ver alguns dados, primeiro.
Foi nessa época que comecei a analisar os dados dos estados que estavam com um crescimento acelerado.
Olhando para 2007, o Texas já estava crescendo.
Então, vim para Dallas para visitar o Texas em agosto de 2007.
Passei duas semanas aqui e digo que encontrei um lar.
Dallas é meu lar para sempre.
>> Carlos, como você enxerga a situação atualmente?
As taxas de juros estão muito baixas.
Suas propriedades ainda não foram quitadas.
Vocês estão conseguindo se livrar das dívidas?
>> Estamos.
Tudo que fazemos está dentro do financiamento do Fannie Mae.
Nós somos extremamente conservadores, 60% ou inferior.
Nosso relacionamento com o financiador é extraordinário.
Somos gratos por isso.
Estamos trabalhando juntos há mais de 10 anos, mas olhando para o mercado de hoje, acho que devemos fazer uma pausa para uma analogia.
O que foi 2008?
O que é 2020?
Em 2008, não havia muita liquidez no mercado.
Em segundo lugar, em 2008, as taxas de juros eram muito altas.
Hoje, as taxas de juros são muito baixas e, número três, qual a diferença desse impacto no mercado imobiliário?
Em 2008, hotéis, propriedades multifamiliares, indústrias: todos foram igualmente atingidos, pode se dizer.
Em 2020, os hotéis foram atingidos com força: o Hilton em que estou hospedado está com 20% da ocupação.
Isso é horrível.
Os multifamiliares e os industriais demonstram bastante resiliência.
Casas multifamiliares são uma demanda básica em moradia, mas apesar de hoje as taxas de juros serem bastante atrativas, estamos sendo mais conservadores e tendo uma alavancagem menor.
>> Você falou sobre fundos de investimento imobiliários para a revista Forbes e disse que é importante não investir em uma única propriedade em um local.
Ao invés, é bom ter várias propriedades em locais variados, embora não seja o que vocês fizeram.
Vocês se concentraram em Dallas/Fort Worth deliberadamente, na verdade.
Então, vocês pretendem ramificar os negócios?
>> Eventualmente, sim.
Acho que tudo deve ser um processo muito bem pensado.
Se eu tivesse que considerar os próximos 6 a 12 meses, acredito que iremos nos expandir para outros estados.
Acho que a Georgia é um bom caminho a seguir.
Digo, há muita diversidade.
Olhando para a Flórida... Tampa, Orlando.
Para as Carolinas... Talvez a Carolina do Norte, Raleigh e o crescimento.
Acho que esses são lugares muito interessantes.
Mas, de novo: o importante não é a velocidade, mas a solidez do nosso crescimento.
>> Carlos, e quanto a casas acessíveis?
Antes de mais nada, o que é uma casa acessível?
Quanto ela custa?
>> Vamos começar com casas de uma só família.
Mas o desafio é encontrar uma casa na região da grande Dallas, com boas escolas e uma boa vizinhança, por menos de US$ 300 mil.
Isso é quase impossível.
Quanto mais longe da região da grande Dallas, mais fácil.
Talvez a uma hora do centro de Dallas, ou até mais.
Acho que as casas unifamiliares ficarão conosco por bastante tempo, o que vejo, de certa forma, como um problema.
>> Você já falou que, desde 2008, as pessoas estão mais interessadas em alugarem do que comprarem uma casa.
Isso era válido mesmo para quem está bem financeiramente e, certamente, parece que em termos casas a preços acessíveis, pode se dizer que as multifamiliares têm mais chances de sucesso do que as unifamiliares.
>> Sim.
Observando as tendências, é assim não apenas nos EUA, mas no mundo todo.
Nos EUA há componentes diferentes, sim.
Nos EUA, hoje, sabe o que aconteceu com as pessoas que nasceram de 1980 em diante?
Elas demoram mais para se casar.
Demoram mais para terem filhos.
Isso facilita a aceitação das locações.
Quando se tem filhos, você quer uma boa escola, então é melhor morar de aluguel onde há uma boa escola quando não se tem dinheiro para comprar uma casa.
E há estudantes tomando empréstimos, o que representa algo que dificulta significativamente a compra de uma casa.
Também podemos dizer que pessoas acima de 70 anos representam um problema, nos EUA.
50% delas não possuem uma reserva financeira.
Acho que as casas multifamiliares são uma solução.
Mas também temos muitos problemas com as multifamiliares.
O custo da construção é um deles.
Muitas regiões têm demanda para novas casas, mas não aceitam a construção de multifamiliares.
"Pode ser essa ou aquela, mas não no meu quintal."
Então, acho que devemos encarar a realidade.
Porque toda cidade nos EUA quer ter empregos, mas sem as casas multifamiliares.
É preciso que haja maior aceitação das multifamiliares.
É nessa hora que o Poder Público deve se manifestar dizendo "Se quer construir aqui, vamos dar isenção de impostos prediais", por exemplo.
Ou então, "Posso dar um subsídio, mas 20% a 30% da sua propriedade deve se destinar a pessoas com renda inferior a US$ 40 mil ou US$ 30 mil".
Isso pode ajudar na acessibilidade dos preços.
Preços acessíveis, na minha concepção, terão uma abrangência maior.
Não podemos fechar os olhos e dizer que tudo vai ficar bem.
O Poder Público tem que participar e o setor privado precisa fazer parcerias.
Para mim, não há outra saída.
>> Você emigrou para os Estados Unidos.
>> Sim.
>> Qual sua visão a respeito da imigração nos EUA nos dias de hoje?
>> Em primeiro lugar, acho que devemos nos atentar a dois elementos, certo?
Acho que os EUA serão sempre o melhor lugar para quem quer trabalhar.
É o lugar ideal.
Por outro lado, há regras e normas a serem cumpridas.
Senão, quando você começa a infringir a lei, tudo que país representa, tudo que faz os EUA serem o que são, começa a ser questionável.
Portanto, na minha opinião, devemos acolher o máximo possível de imigrantes.
Aqui me refiro aos vistos H-1.
Temos que trazer as pessoas que podem nos ajudar, porque o problema que teremos é um déficit da força de trabalho em todos os setores.
>> O que vem me preocupando são os 11 milhões, ou até mais a essa altura, de pessoas nesse país... >> Sei... >> Que já estão aqui há bastante tempo.
Ainda são considerados "indocumentados."
Já houve até projetos de lei.
John McCain e Ted Kennedy tinham um projeto no governo George W. Bush... Um projeto muito bom, mas não foi aprovado.
Não há nada que possa ser feito para dar a essas pessoas o direito de se fixarem permanentemente de forma legal, aqui?
Elas trabalham aqui e contribuem de todas as formas.
>> Se alguém está aqui há 5 anos, existe algo que possamos fazer para a obtenção da cidadania?
Acredito que sim.
Não podemos ignorar 11 milhões de pessoas.
Essas pessoas são trabalhadoras.
O lugar onde elas trabalham paga impostos.
É preciso existir alguma forma de torná-los cidadãos americanos.
Mas como?
Talvez em três ou cinco anos.
Exigência de compreensão do idioma, ou algo parecido?
Como encontrar um caminho?
Acho que somos um país criativo, gentil e poderoso.
Algo assim pode ser realizado.
É o que penso.
>> Espero que tudo que você disse possa ser verdade, Carlos.
Você teve muitas conquistas, espero que isso também possa ser concretizado.
Obrigada pela nossa conversa.
>> Eu quem te agradeço, foi um prazer falar com você.
♪ ♪ >> Para saber mais, acesse kera.org/ceo.
"CEO" é produzido com a colaboração de: Barnes & Thornburg.
Um escritório de advocacia que atende a empresas que definem a rotina das nossas vidas.
Barnes & Thornburg, no coração dos negócios em Dallas, por todo o país e ao redor do mundo.
Acesse: btlaw.com Sewell Automotive Companies.
Dedicada a tratar cada cliente como um parceiro de longa data em seus 10 endereços em Dallas, Fort Woth.
Mais em sewell.com.
Sewell, obcecada pelo trabalho desde 1911.
Texas Mutual Insurance Company.
Uma seguradora de encargos trabalhistas, trabalhando em prol o Estado da Estrela Solitária.
Texas Mutual Insurance Company, comprometida a zelar pela segurança dos trabalhadores do Texas e fortalecer os negócios do Texas.
Acesse: texasmutual.com E com o valioso apoio dos Membros da Kera.
Nossos agradecimentos.
CLOSED CAPTIONS OFERECIDO POR CAPTION SOLUTIONS, LLC www.captionsolutions.com
CEO is a local public television program presented by KERA
Sponsored by Executive Education at the Naveen Jindal School of Management UT Dallas, Texas Mutual Insurance, Sewell Automotive Companies and viewers like you.